domingo, 7 de novembro de 2010

Academia de Ballet Lina Penteado

 Ballet Lina Penteado, conhecida também como "o meu sonho de consumo".
 A academia Lina Penteado é conhecida por ser propriedade da mão da atriz da globo Claudia Raia.É também a melhor academia de Campinas, por oferecer profissionalização e por seguir o método da Royal Academy of Dance.Os bailçarinos treinam um programa o ano todo, e no fim do ano vem a examinadora da Royal lá da Inglaterra para avaliá-los.Quem tiver acima de 60 pontos passa para o próximo nível.

  Acho que já mencionei que, em setembro deste ano, fiz uma auça experimental lá e fiquei no quinto grau, sendo que lá no prodança estou no sexto.A partir daí já se pode notar a diferença.

  Tudo bem.E agora é hora de perguntar o preço.Céus! 240 reais!

  Falando assim, você pensa que eu não tenho condições de arcar com esse preço.Bom, minha mãe e eu não temos mesmo.Mas meu pai...Bom, ele tem.Mas faz questão de dizer que não tem.Ele diz que já fica muito apertado por causa da minha escola, que não é das mais baratas.E não me deixa trocar a escola particular pela escola de ballet.E sim, eu faria isso.
  O problema é que eu nem precisaria fazer essa troca.Eu e minha mãe sabemos perfeitamente que ele pode lidar com as duas coisas.
  Eu sei que, se minha mãe pudesse, usaria todo o dinheiro que tem para que eu pudesse realizar esse sonho.Mas precisamos pagar as contas.

  Esses dias, ela me deu a ideia de conversar seriamente com o meu pai e dizer:

  -Pai, eu queria muito estudar lá na Lina, será que você não poderia contribuir com apenas uma parte do dinheiro?

 -Não, filha.Não posso.

 -Bom, mas não pode contribuir nem com uma parte?

 Assim, ele se sentiria mal, se eu usasse a palavra "contribuir".Eu não sei se isso vai adiantar, mas não custa nada tentar, né?!Quando eu o vir de novo, farei isso.

  Ah, para quem quiser visitar o blog da Lina Penteado o endereço é esse linapenteado.blogspot.com

sábado, 6 de novembro de 2010

Luíza

Certo dia, numa aula de ballet, Ajota, um escândalo de bailarino do qual eu já falei no meu primeiro post,comentou que eu parecia uma bailarina brasileira chamada Luíza Marques e perguntou se eu já tinha ouvido falar.Eu disse que não.Taila, que na época era minha professora de ponta intermediária,concordou com ele.Disse que eu era idêntica a essa tal bailarina.Disse que só faltava eu ter físico dela.Eu não encarei isso como uma ofensa nem como se la estivesse dizendo que meu físico era ruim.Entendi que ela estava me incentivando.
  É claro que eu fiquei curiosa.Em casa, pesquisei no google o nome Luíza Marques.O resulatado foi a foto de uma bailarina com uma perna super-mega-ultra em x, um escândalo de colo de pé e en dehor......Um físico maravilhoso.Ela parecia novinha, com uns quinze anos mais ou menos.Sinceramente, não a achei nenhum pouco parecida comigo.Não encontrei a semelhança de que Taila e Ajota haviam falado.Mas ela era maravilhosa.
  Pesquisei um pouco mais sobre a tal Luíza.Vi um vídeo dela dançando no youtube e,meu Deus!Era a bailarina perfeita.

  Descobri que ela tinha 17 anos.E pronto.Ela se tornou minha inspiração e eu me tornei sua fã número 1.Não por que me achavam parecida com ela.Até porque eu não sou nem um pouco.
  Um tempo depois, encontrei seu perfil original no orkut.Vi fotos maravilhosas.Coloquei uma delas no papel de parede do meu computador.Aliás, a Luíza é essa bailarina linda que está na foto do cabeçálio deste blog.Hoje ela não dança mais.Resolveu fazer faculdade.
 Vejam só essa foto dela.

E, pra quem quiser ver, esse é o link do vídeo de um concurso que ela participo em NY -http://www.youtube.com/watch?v=oLHVL7-uANM

Físico

  O físico de bailarina é bem específico.É um critério que pesa muito.

  A bailarina deve ter: Ombros largos, braços compridos e alongados, cintura fina, quadril estreito e pernas finas e alongadas.

  Lamento dizer que não tenho esse físico.Não que eu não seja magra.Eu tenho 60 cm de cintura e não tenho barriga nenhuma.O problema é que eu sou muito...brasileira, por assim dizendo.
   Minhas pernas são muito grossas e  tenho 74 de quadril.É bem largo em comparação com a cintura.Sem falar na minha altura.1,60!
   Até que eu estou bem para uma pessoa normal, mas não para uma bailarina.E sim, eu estou dizendo que bailarina não é uma pessoa normal.Uma pessoa normal não faz o que as bailarinas fazem.Não tem coragem de sofrer de dor para conseguir algo que quer muito ou para trocar sua vida social pelo ballet.
    Mas, voltando ao assunto do físico, acho que o meu não tem como mudar.Já sou bem magra do quadril para cima.A parte debaixo não emagrece, a não ser que eu fique esquelética.
    As pernas grossas fazem o ato de fechar uma quinta posição se tornar um desafio e o quadril fica impossível de ser encaixado.Isso não quer dizer que eu vá parar de dançar.Longe de mim!
   Por causa desse meu físico, me acho parecida com a Dina Nina, a bailarininha do Do Dance.Olha para ela...
   Ela não é lindinha?Até que, para ela, as perninhas grossas ficam bonitinhas.É claro que eu não tenho esse colo de pé esse en dehor, apesar de ter bastante força no pé.
   Bom, é difícil encontrar bailarinas com o meu físico.Alguem tem esse mesmo problema?

Minha história

    Quando fiz minha primeira aula de ballet, tinha quase três anos.Acho que me apaixonei na primeira vez.Fiz aulas na minha escolinha infantil até os sete anos, quando estava no pré primário.Então, já estava na hora de mudar de escola.E assim, abandonar as aulas de ballet.

   Mas na minmha última apresentação nessa mesma escola, cujo tema foi soldadinho de chumbo, lembro-me claramente das palavras que minha professora disse à minha vó:"A Nathália tem um futuro brilhante como bailarina" Tais palavras nunca saíram da minha cabeça.

  Não procurei exatamente nessa hora uma escola de ballet porque acho que era nova demais para saber o que eu queria de verdade.Mas sempre amei a dança.

  Dois anos depois, quando eu tinha nove anos, estava passeando com minha amiga e ela me disse que fazia ballet.Me interessei na hora.Pedi o endereço do local e o telefone.
  As aulas eram dadas num salão de festa na sede do Jardim Garcia (Campinas) por uma única professora que cobrava apenas 16 reais, com  o objetivo de manter um projeto social.Com essa professora, Michele, aprendi a pensar grande mesmo quando estava em desvantagem.

  Depois da primeira aula, tive a certeza de que nunca mais sairia.
  Sapatilha de ponta?Ninguem nunca tinha ouvido falar disso lá.
   Um ano de aulas e, finalmente, um festival.No teatro do sesc Campinas.As meninas só dançavam de meia-ponta.Mas nem por isso a apresentação deixou de ser considerada um sucesso.Acho que por causa da dedicação.
   No ano de 2007, o projeto social recebeu o nome de "Na Magia do Palco".Porque podemos errar várias vezes num ensaio, mas, na magia do palco, é possível acertar.
   No início do ano, Michele disse que algumas alunas passariam a usar sapatilhas de ponta.Fiquei chateada quando ela não citou meu nome e citou o nome das minhas amigas, como Natalia Sachi e Bia.Decidi que isso era totalmente inaceitável.Passei a me dedicar ao máximo, cada movimento era pensado antes de ser feito com muita precisão, delizadeza e, principlamnete, paixão.Sem dúvida, eu era uma das garotas mais flexíveis daquele lugar.

  Três semanas depois, minha mãe recebeu um telefonema da Michele, dizendo que eu estava pronta para passar para a ponta, sendo que antes tinha dito que isso só aconteceria no ano seguinte.Ah, que alegria!
   Primeira aula de ponta.A alegria acabou.Meu Deus, que dor!Mas eu não desistiria.Me dediquei com aficno às aulas.Sempre dando tudo de mim.E, no fim do ano, na apresentação, fiz meu primeiro solo.Intitulado "O vento".A coreografia fez tanto sucesso, que uma das fotos dela se tornou folheto propaganda do projeto.E pronto.Eu era a imagem e garota propaganda oficial do "Na Magia do Palco".O folheto foi distribuído por várias lojas de ballet.
   No meio de 2008, quando eu tinha quase doze anos, eu me sentia ótima no ballet.As criancinhas se inspiravam em mim.No entanto,mesmo sendo considerada por muitos a mais avançada do lugar, sentia que podia ir mais longe.Via vídeos de ballet no youtube e pensava "será que um dia a Michele vai me ensinar isso?"Nesses vídeos, via as garotas sutentando a perna lá em cima.E, mesmo que minha perna encontasse na minha orelha, ela não ficava lá sozinha.Via um equilíbrio maravilho que ninguem que fazia aulas comigo tinha.Talvez, eu devesse procurar outra academia.
   Minha intenção não era abandonar o "na magia do palco", pois eu tinha me apegado àquele lugar, à Michele e às minhas amigas.Além disso, o crescimento do projeto se tornava evidente à cada dia.Eu queria fazer aulas lá e num outro lugar que pudesse me oferecer algo há mais.
   Entrei no google e digitei as palavras: Academia de ballet em Campinas.Resultados:Kristiana Packer, Coppelia e Ballet Juliana Omati.Cliquei em todos esses nomes.E o site que mais me atraiu foi o da academia Juliana Omati.As fotos dos festivais eram maravilhosas e os professores tinham uma biografia muito interessante,que trazia também alguns cursos em outros países.Coloquei na minha cabeça que aquele era o lugar certo.
   Anotei o telefone e liguei.Pedi algumas informações.E então, descobri o preço.!74 reais por mês!Achei um absurdo.Não podia pagar tudo isso.Bom, mas a condição financeira do meu pai era boa.Afinal, ele era dono de uma empresa.Pedi para ele e ele disse que pensaria.Eu já estava quase certa de que entraria naquela academia.Mas a resposta foi não.Nunca entendi isso, pois sempre soube que ele tinha condições perfeitas de lidar com esse preço.Chorei de desilusão.
   O jeito era continuar com a Michele mesmo.Mas à cada dia, eu sentia que as aulas dela eram fracas demais.
   Em 2009,meus pais estavam oficialmente divorciados.Se separaram no início de 2008, mas no papel só deixaram de ser casados em 2009.Meu pai começou a namorar uma moça chamada Luciana.No início, resisti.Não queria conhecê-la.Mas, ao conversar com ela, descobri
    uma das melhores pessoas que conheci em todoa minha mida.Perdendo apenas para minha mãe e minha avó, que havia morrido em 2007.Lu era sensível, inteligente, altruísta.Claro que ela nunca subtituiria minha mãe, mas eu gostava dela.Sempre gostei.
    No início de 2010, fui morar com ela e com o meu pai, pois minha mãe trabalhava muito e eu estava cansada de ficar sozinha em casa.Parecia que a época mais difícil da minha vida, quando ocorreu a morte da minha vó e a separação dos meus pais, estava finalmente acabando.
   Meu pai trabalhava e eu ficava em casa com a Lu.Eram dias divertidos.Lu era uma pessoa divertida.Eu ficava com a minha mãe nos fins de semana.
   Numa noite,quando minhas amigas, Carol-da minha escola, que estava lá para fazer um trabalho de espanhol- e Dayane- uma amiga que morava no andar debaixo do meu prédio- , estavam na minha casa,Lu e meu pai chegaram.Meu pai nos cumprimetou e foi direto para o quarto.Lu me olhou com um olhar diferente, um tanto ansioso.Dayane foi embora para casa.Lu trouxe um folheto para mim.Peguei, bem curiosa e li.Falava sobre um outro projeto social de dança, o prodança.Li a frase que mais me atraiu: "O único porjeto de dança a colocar três alunas no Bolshoi".Para quem não sabe, Bolshoi é a segunda melhor companhia de ballet do mundo, perdendo apenas para a Royal Academy of Dance.A mensalidade era de trinta reais.E estava decidido.Era para lá que eu iria.
   Primeira aula no prodança.Conheci a dona do porjeto, Walkíria, ela me deu minha primeira aula de ballet de verdade.Eu conhecia alguns passos, mas não conhecia o nome deles.E percebi que eles era um pouco diferentes.Por exemplo, Michele me ENSINOU a dobrar a perna de base para subir no arabesque.É, eu sei que isso é um absurdo.Bom, no prodança essa era uma das coisas que eu não podia fazer, entre outras.
    Ao término da aula, Walkíria veio conversar comigo.Ela olhou para o meu pé e disse que estava vendo a coisa mais absurda que já tinha visto na vida.O jeito da fita e do elástico da minha sapatilha de ponta estava totalmente errado.Michele havia me ensinado que o elástico se costurava do mesmo jeito e nos mesmo lugar de uma sapatilha de meia-ponta.E a fita era amarrada no lugar onde deveria estar o elástico.Walkíria me ensinou o jeito certo.assim:

Também disse que eu precisava perder alguns vícios de mão e que tinha que marcar mais a cabeça e jogar mais o braço na minha pirueta.Ma o que diabos é uma pirueta?Eu não sabia.Michele nunca tinha me ensinado.
Depois de tantas críticas, recebi um quase-elogio.Walkíria disse:
-Você tem talento.Parabéns.Mas precisa correr atrás do tempo perdido.
Certo.Então, eu correria atrás do tempo perdido.Não tem problema...
Para me ajudar, Lu fazia o sacrfício de me levar nas aulas e me buscar de ônibus duas vezes por semana.Nunca vou me esquecer disso.
Enquanto eu fazia a aula mais avançada possível com a Michele, no prodança eu fazia aulas de ponta iniciante.
Um mês depois, fui para ponta intermediária.E, mais alguns meses depois, eu estava na aula mais avançada do prodança.A Dificuldade era imensa.Eu chorava depois de quase todas as aulas, enquanto via meninas que as acompanhavam com uma facilidade inacreditável.Sem falar num bailarino que havia chegado recentemente.Seu nome era Ajozadaque.Sim, a mãe dele devia ser louca mesmo.Todos o chamam de Ajota.Ele, até hoje, é o bailarino que devia estar no exterior, e não aqui na mísera cidade de Campinas.
Outra pessoa que admiro muito é a Taila, a professora que me deu aulas de ponta intermediária.Ela também é muito boa.E está no prodança desde pequenininha.Hoje tem pouco mais de vinte anos.
Descobri que as aulas da Michele não eram fracas, elas eram erradas.Ela simplesmente não sabia o que era ballet.Perdi cinco anos inteiros com ela.Desejei mais do que nunca ter descoberto o prodança antes.Parei de fazer aulas no "Na Magia do Palco".Não perderia mais tempo

Um tempo depois, Lu e meu pai terminaram.Foi uma bomba para mim.Sentia muitas saudades da Lu. E agora?Quem me levaria às minhas aulas de ballet?Tive que bater o pé e enfentar meu pai, dizendo que tinha treze anos e era perfeitamente capaz de pegar um ônibus sozinha.A partir daí, conquistei um pouco mais de independência.
Lu não estava mais lá.E eu ficava sozinha de novo.Voltei a morar com a minha mãe.E, para evitar a solidão, decidi me jogar de cabeça nas aulas de ballet.Passei a fazer também aulas de jazz.É um ballet moderno.Fiquei totalmente apaixonada por essa modalidade também.Passei a fazer aulas quatro vezes por semana.Tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas.Pois conversava com elas  no mesmo dia entre uma aula e outra.
Uma delas foi a Fernanda.O que me atraiu nela é que estávamos no mesmo barco, por assim dizendo.Ela também estava correndo atrás do tempo perdido, pois há um tempo atrás havia cometido a besteira de parar de fazer ballet.Conheci também a Michele, uma garota com o mesmo nome da minha ex-professora.As duas se tornaram minhas amigas.Aprendi que nunhuma amiga te entende melhor do que as amigas do ballet.
Em cetembro de 2010, participei do festival do prodança.Fiquei impressionada com o número de crianças carentes que estavam nesse projeto, pois haviam outras unidades em Campinas e em Hortolândia.Descobri que Walkíria, que tem quase sessenta anos, é o tipo de pessoa que faz o que faz para ajudar as pessoas, e não para ganhar dinheiro.
Hoje, sou melhor do que no começo do ano,melhoro a cada dia.Não choro mais depois das aulas.Isso é bobagem.É sinal de fraqueza.Percebi que tenho que ter força para continuar tentando.
Recentemente, descobri que aquelas meninas e meninos que fazem aula no prodança e são espetaculares no ballet não fazem aulas somente lá.Eles tem bolsa de estudos na Academia de Ballet Lina Penteado, famosa por ser propriedade da mãe Claudia Raia, que também fez aulas lá no passado.
Essa bolsa de estudos que eles tem foi dada pela própria Walkíria, que era amiga da Lina Penteado há algum tempo.Só que ela não quer dar bolsas para mais ninguem, porque tem medo de perder mais bailarinas, o que aconteceu com a maioria.
Fiz uma aula experimental na Lina Penteado e gostei.Lá seria mesmo o lugar ideal.Eles oferecem até profissionalizaçãoMas são 240 Reais, meu pai nunca vai pagar esse preço.
Estou na aula mais avançada do prodança, sei que um dia isso vai ser pouca coisa.E daí?O que eu vou fazer?Não sei.Não vou achar uma academia de ballet melhor que essa pelo mesmo preço.É frustrante querer muito uma coisa e não poder fazer.Não posso ficar para sempre no sexto grau, que é onde eu estou.Mas eu vou dar um jeito.Preciso continuar tentando, não vou desistir.Mas, entre outras coisas, aprendi que tenho que ser realista.Nem tudo é uma fantasia linda e cor-de-rosa.A realidade é que alguns podem e outros não.Por enquanto, eu não posso.Mas só Deus sabe o que o futro reserva para mim.Talvez ele ache que eu mereça conseguir, talvez não.Mas até lá, vou continuar me dedicando.

à propósito, Lu e meu pai já estam quase juntos de novo.